Histórico da Discografia

Resgate é uma banda de rock gospel paulista formada em 1989 por Zé Bruno (guitarra e vocal), Hamilton Gomes (guitarra) Jorge Bruno ( bateria) e Marcelo Bassa ( baixo). Resgate desde o início teve uma mesma diretriz, usar o rock para falar de Jesus a uma geração.


A tendência da banda sempre foi o Rock dos anos 60 e 70, revestido de uma linguagem própria com influências diversas provenientes dos mais distintos estilos musicais.


O primeiro CD “Vida, Jesus e Rock’n’Roll”, foi gravado de forma independente. Sem as ferramentas e os softwares que hoje conhecemos, o disco de vinil foi gravado em um estúdio de 8 Canais. Uma máquina Tascan e uma bateria eletrônica fizeram parte da minúscula parafernalha de gravação. Gravado em um home estúdio de Rick Bonadio e com a produção de Edson Guidetti, o disco foi lançado em Dezembro de 1991. O início do movimento Gospel em São Paulo e o advento de rádios cristãs em todo país contribuíram para o avanço da banda. “Ele Vem” e “Rock da vovó” foram marcas deste trabalho, esta segunda que até hoje faz parte do repertório dos shows da banda.


Em 1993 já com contrato assinado com a Gospel Records, que assumiu também a distribuição do primeiro álbum, começa a produção do segundo trabalho – “Novos Rumos”. Gravado em 24 canais no Belo estúdio na Serra da Cantareira de Rick Bonadio em São Paulo, e contando com a produção de Edson Guidetti mais uma vez, a banda ganha uma qualidade maior no produto. “Daniel”, “Todo Som” e “Florzinha”, antiga canção infantil, forma as faixas de trabalho. O humor sempre fez parte das letras que de forma leve e compreensiva, falam daquilo que Deus é e faz para quem nunca entrou em uma Igreja.


1995 foi o ano do amadurecimento. A banda vai definindo sua sonoridade, o amadurecimento musical, cresce e começa em fevereiro deste ano a gravação de “On the Rock”. Agora em sistema digital, ainda que embrionário se comparado ao que hoje se conhece, o agora CD passa a ser gravado no Estúdio 43 em São Paulo com a produção do competentíssimo Paulo Anhaia. Neste álbum pode-se notar o amadurecimento das letras e a confirmação do bom humor como marca registrada da Banda. Paulo Anhaia foi parte integrante deste processo. “Doutores da Lei”, “Acusador”, “5:50 AM”, “Tempo” e “Palavras”, foram faixas que impulsionaram o grupo a mais um trabalho de sucesso reconhecido pelo público cristão. O Resgate começava a se firmar como uma referência na música gospel nacional. Após o lançamento do álbum, foi gravado o clipe de “Solidão”, que fez Zé Bruno submeter-se a 2 horas de maquiagem para seu envelhecimento gradativo, que era parte do roteiro do clipe.


Em 1997 vem mais um novo CD “Resgate”. O álbum que leva o nome da banda aparece com uma sonoridade e uma tendência musical não compreendidas pelo público num cenário onde a música Gospel começava a entrar num processo de repetição. Gravado no Estúdio 43 mais uma vez e com a produção de Paulo Anhaia, “Resgate” é atual em todos os sentidos. Com uma sonoridade “crua” e letras de reflexão contextualizada, o CD é, na opinião da banda, um marco na consolidação do grupo. Mantendo a mesma formação desde o início, a banda vem com músicas como “Liberdade”, “E daí”, “Em todo Lugar”, “Antes” e “O jantar”. Vale a pena conferir este registro histórico e único da Banda.


Neste ponto o grupo já havia tocado em quase todo território Nacional, além de Argentina, Uruguai, Inglaterra, Estados Unidos, e posteriormente visitaria Portugal e Angola.


Devido a problemas burocráticos com a gravadora, a banda fica 3 anos sem um novo trabalho, fazendo shows pelo país porém sem uma oportunidade de produção, até que em 2000 inicia um novo trabalho, que talvez tenha sido a mais importante até o momento, e que projetou a banda de uma forma muito abrangente no cenário do Gospel Nacional – “Resgate Praise”.


Com uma proposta de composições verticais, com letras de louvor, porém mantendo a mesma tendência roqueira, o trabalho teve aceitação automática. Gravado no moderno Estúdio Midas, o CD marca o reencontro com um velho amigo, Rick Bonadio, proprietário do Estúdio. Paulo Anhaia assina a produção técnica mais uma vez com um trabalho primoroso. “Sete dias”, “O nome da paz”, “Restauração”, “Infinitamente mais” e “Te vejo” são algumas das canções do CD e que se tornaram a base do repertório da banda em seus shows. Com a utilização de piano acústico e Hammond Organ, executados por Beto Paccielo, o grupo se firma na sonoridade dos anos 70, temperando o repertório com classe, o que não ocorrera ainda nesta “Guitar Band” tradicional. Há quem diga que “Resgate Praise” foi o trabalho mais importante da banda, pelas abordagens, pela sonoridade impecável, pela introdução de um back vocal no mais requintado estilo “Black Music”, que misturado ao rock trouxe um tempero até então não explorado, e também pela escolha assertiva do repertório.


No ano seguinte a banda surgia com “Acústico”, que contava com as canções mais importantes do grupo até então e mais duas inéditas “Lucifeia” e “Água Viva”. Gravado ao vivo no antigo cine Copan, a banda foi acompanhada por Márcio “Woody” ao piano, um naipe de metais, cordas e back vocais. Na onda dos acústicos, foi um dos CDs mais vendidos da Banda, ultrapassando facilmente a marca de 100.000 cópias vendidas em pouquíssimo tempo, e obviamente caindo no agrado dos fãs. Para a banda foi um trabalho importante, mas numa crítica interna, o grupo nunca gostou do resultado sonoro da gravação ao vivo. O lançamento foi acompanhado de um VHS com as imagens do show ao vivo.


Depois de 13 anos de banda com a mesma formação, Dudu Borges foi trazido por Jorge Bruno a um ensaio para substituir Márcio Woody, nos preparativos de um novo trabalho, era o início de 2002. Dudu Borges substituiria Woody naquele ensaio, mas foi um daqueles encontros sobrenaturais que não tem explicação. Dudu Borges não só participou do ensaio como gravou o CD e acabou sendo parte integrante da banda. O CD era “Eu continuo de pé”. O nobre binômio Midas Estúdio e Paulo Anhaia foi repetido, mas na opinião da banda, o acerto no repertório não foi nada nobre. Para os integrantes do Resgate, “Eu continuo de pé” é um CD fora de padrão, abaixo da crítica interna da banda. Apesar disso “A Resposta”, “Dez leprosos” e “Pra todos os efeitos” foram canções muito executadas, pelo grupo.


Campinas foi a cidade escolhida para ser palco da gravação de “Resgate 15 anos”. Contando com 3 canções inéditas e um repertório que contava a história da banda, em 2004 foi gravado o CD e DVD. Dudu Borges foi o produtor. Além do CD e DVD, o grupo gravou o clipe da música “O meu lugar”, em 16mm, que até hoje é recorde da banda em visualizações no Youtube. Uma curiosidade é que o clipe foi gravado no Aeroclube de Guaxupé e mostrava um bimotor levantando vôo enquanto a banda tocava na pista. Na primeira tentativa, uma de decolagem rasante quase faz o grupo perder a cabeça, literalmente!


Em 2005 o grupo começa a pré-produção de um trabalho que seria lançado no ano seguinte – “Até eu envelhecer”. Gravado no Estúdio 12 ( Antigo 43) com a produção de Dudu Borges, o álbum chega forte. Sonoridade “gringa” e repertório marcante. “Passo a Passo”, “Meus pés”, “A gente” e “Astronauta” dentre outras, fazem deste trabalho um dos mais importantes da banda. Com 17 anos de estrada não se poderia esperar nada diferente disso. Um dos preferidos do grupo, “Até eu envelhecer” é auto biográfico. A longevidade da banda tem sinais de jovialidade e manda o recado da continuidade. O CD rendeu um registro ao vivo, o show de lançamento no Tom Brasil-SP gerou um DVD e um CD lançados em 2007. O trabalho ao vivo já foi uma produção quase independente, a Gravadora participou apenas da distribuição do álbum. Um clipe bem humorado da música “O médico e o monstro” divulgou o CD e o DVD. Dirigido por Kako Alves, amigo inseparável do Resgate e que já havia dirigido o clipe de “ O meu lugar” e o DVD “Até eu envelhecer”, o clipe bem humorado mostra a banda misturada a imagens da produção cinematográfica de 1923 do filme “O médico e o monstro”.


A banda inicia 2009 com uma proposta de Maurício Soares ( MS Produções): A gravação de um novo projeto. O plano era o lançamento em Dezembro de 2009, mas compromissos ministeriais ocuparam a agenda da banda e o projeto seria então gravado em janeiro de 2010 para lançamento em abril Do mesmo ano. Maurício Soares é contratado como Diretor Artístico da Sony Music no final de Dezembro de 2009, e o projeto ganha novas cores. Convidada a assinar contrato, a banda entra em estúdio como artista Sony Music e lança o trabalho em Junho de 2010. Muitos perguntam à banda o porquê do título, e a resposta do grupo é simples:


“Sempre que alguém nos pede um autógrafo na capa de um CD, nos pergunta se este é o último trabalho da banda, agora não precisam mais perguntar, já sabem “Ainda não é o último””.


Destaque para “A hora do Brasil”, “Depois de tudo”, “Outra vez”, “Tudo Certo”, “O Vesúvio” e “Una vuelta más”. A comédia fica por conta de “Jack, Joe and Nancy in the Mall (The book is on the Table)”, “Transformers” e “Genérica”. O CD encerra com a belíssima “Vou me lembrar”, uma reflexão para os cristãos do século 21.


Na opinião da banda, é o melhor trabalho do grupo. Gravado no Estúdio Vip –SP com produção de Dudu Borges, o CD demonstra um Resgate com ares de novidade. Um contraponto às tendências da música cristã brasileira da atualidade, “Ainda não é o último”, anda na contramão da correnteza. Criativo, engraçado, espiritual, atual e profundo, o CD sai do lugar comum, fala de 2000 anos atrás e não soa como o Jornal de ontem.


Depois de 21 anos Resgate se orgulha de ser simplesmente um grupo de rock de garagem, que não tem nada de mais, se comparado ao virtuosismo musical vigente no rock, que está longe de ser uma unanimidade, mas que reconhece a sua importância. Uma banda que depois de 21 anos se mantém a mesma. Os cabelos mais curtos e mais brancos, mas com uma virtude: continuar se comunicando com uma faixa etária que é alvo fácil para as destruições dos tempos modernos: o jovem. São velhinhos que guardaram o oxigênio e ainda querem dar a Deus a sua longa juventude.


Quando perguntados sobre o futuro, respondem: “Continuar vivos e respirando, pra trabalhar muito pra Deus e fazer com que este CD realmente não seja o último”.

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